sábado, 13 de julho de 2019

Um Falso Senso de Imunidade



“E uma vez que Cristo é tão superior, o Espírito Santo nos adverte: ‘Hoje, se vocês ouvirem a minha voz, não permitam que o coração de vocês se endureça, como fez o povo de Israel. Eles se rebelaram durante o tempo da provação no deserto. Ali os seus antepassados me desafiaram e me puseram à prova, apesar da paciência que tive com eles durante quarenta anos e de terem visto tudo o que Eu fiz. Por isso, fiquei muito irado com eles, pois seus corações estavam sempre olhando para outro lugar em vez de levantarem os olhos para mim, e não reconheceram meus caminhos. Assim, eu fiquei irado e fiz este juramento: Jamais permitirei que eles entrem no lugar do meu descanso’” (Hebreus 3:7-11, Bíblia Viva).

É interessante, e ao mesmo tempo triste, observar como a história se repete. Embora o Senhor tenha provido para nós todas as maneiras possíveis e imagináveis para não incorrermos nos mesmos erros da nação judaica, como eles nos rebelamos contra a Palavra de Sua autoridade, assim mostrando que, em nossos pensamentos e ações, queremos fazer a nós mesmos mais sábios que a própria Palavra Inspirada e, desse modo, pecamos contra o Espírito Santo de Deus que constantemente nos adverte e repreende contra fazermos de nossa “justiça” a auto-justificativa para nossa aparência de bondade e santidade. 

“Houvesse Israel, como nação, preservado a aliança do Céu, Jerusalém teria permanecido para sempre como eleita de Deus. Jeremias 17:21-25. Mas a história daquele povo favorecido foi um registro de apostasias e rebelião. Haviam resistido à graça do Céu, abusado de seus privilégios e menosprezado as oportunidades” (O Grande Conflito, p. 19).

Se pudéssemos saber o que tem sido registrado nos livros do Céu ao nosso respeito, o que será que estaria escrito?

“Devido à incredulidade manifestada com relação a Cristo, o originador e fundamento de todo o sistema judaico, virá sobre os seres humanos uma retribuição mais pesada do que a que recaiu sobre o incrédulo Israel no deserto. Moisés foi o profeta por meio de quem Deus se comunicou com a igreja no deserto. Mas, embora Moisés tenha sido grande, maior do que ele é o Filho de Deus, que construiu a casa” (Carta 97, 1898).

“Volte ao que você ouviu e creu no princípio; retenha-o firmemente e volte-se para mim outra vez. Se não o fizer, eu virei subitamente a você, sem ser esperado, como um ladrão, e o castigarei” (Apocalipse 3:3, Bíblia Viva).

“É feita a advertência de que chegaria o tempo quando erros se introduziriam como um ladrão para roubar a fé do povo de Deus; quando este precisaria vigiar diligentemente e estar constantemente em guarda contra os enganos do inimigo.

Em Sardes, muitos se haviam convertido por meio da pregação dos apóstolos. A verdade havia sido recebida como uma luz brilhante e resplandescente. Mas alguns haviam se esquecido da maneira maravilhosa que haviam recebido a verdade e Jesus achou necessário enviar uma reprovação.

Os membros antigos que levavam o estandarte haviam caído um após outro, e alguns haviam cansado das verdades constantemente repetidas. Desejavam um novo tipo de doutrina, mais agradável para muitas mentes. Achavam que precisavam de uma mudança maravilhosa e, em sua cegueira espiritual, não discerniam que seus sofismas iriam desarraigar todas as experiências do passado” (Manuscrito 34, 1905).

Da mesma maneira como Jesus Cristo lidou com os problemas e dificuldades da igreja em Sardes, Ele lida com Seu povo nestes últimos dias. De igual modo, Cristo nos envia, mediante Seu Santo Espírito, advertência após advertência, repreensão após repreensão, para que possamos novamente olhar para Ele. Nossa condição é esta: “Eu sou rico, tenho tudo o que necessito; não preciso de coisa alguma” (Apocalipse 3:17). E a menos que reconheçamos essa condição, estaremos entregues a nossa própria miséria e falsa justiça.

O primeiro passo é reconhecer que não estamos dentro de uma bolha de “falsa imunidade”. O que isso quer dizer? À semelhança do povo judeu, nossos privilégios como povo escolhido dependem de nossa obediência à Sua palavra. E reconhecer que essa “bolha de imunidade” pode estourar a qualquer momento significa jamais nos conformarmos em permanecermos em nossa zona de conforto, mas diremos como o apóstolo:

“Não, caros irmãos, não sou ainda tudo quanto deveria ser, porém estou concentrando todas as minhas energias para insistir nesta única coisa: Esquecendo o passado e aguardando esperançoso aquilo que está à frente, esforço-me para chegar ao fim da corrida e receber o prêmio para o qual Deus está nos chamando ao céu, em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13,14, Bíblia Viva).

Entretanto, a praga do falso senso de imunidade se alastrou por todos os âmbitos da igreja, e irritantemente vemos a todos muito confortáveis e seguros em seus cargos e/ou em sua grande e larga escala de conhecimento bíblico. Hoje, absolutamente nada incomoda uma igreja morna, escondida sob a capa de  um falso senso de “privilégios incondicionais”.

Para que o caro leitor possa compreender melhor a definição dada acima, imagine a seguinte situação:

Por volta do ano de 2009, tive a oportunidade de estudar em uma das maiores e mais respeitadas instituições de ensino da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o Centro Universitário Adventista de São Paulo, ou simplesmente, UNASP. Lá me graduei no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. No primeiro período do curso, muitos alunos da minha turma, inclusive eu mesmo, tiveram especial dificuldade na matéria de algoritmo. 

Como em toda faculdade, lá tínhamos monitores que davam suporte acadêmico, principalmente tirando dúvidas e apoiando nas dificuldades da matéria, aos alunos novatos. No caso da matéria de algoritmo, tivemos o suporte do aluno que, para fins de preservação da sua imagem, vou chamar de P. O P. era um aluno muito inteligente e não por acaso fora chamado pela universidade a prestar esse apoio aos alunos novatos, mas como nem tudo são flores no jardim, ele especialmente, era uma flor repleta de espinhos terríveis. Na mesma proporção em que era inteligente, também era irritantemente arrogante e sem nenhum senso de humildade. Não gostava de ser questionado e sabia orquestrar de maneira impressionantemente estratégica como tornar um debate favorável a si mesmo, mesmo que estivesse errado.

E neste momento chegamos ao diagnóstico do P.: ele estava sofrendo do terrível e, quiçá, contagioso mal do falso senso de imunidade. Mal sabia ele que, na verdade, diante da Soberania e Sabedoria de um Deus Eterno, seu conhecimento e privilégios, sem a consciência de saber a quem eles pertencem, não valem mais do que aquela lavagem que o filho pródigo tanto desejou consumir à vista de seu desespero.

Como ele se infectou? Podemos considerar uma série de fatores. No período da escola, por exemplo, sempre se destacava como o melhor aluno da sala, tirava notas altas, recebia elogios dos professores e de seus colegas e, aos poucos, seu ego começou a ficar inflado (por isso precisamos tomar o máximo de cuidados com elogios, principalmente os exagerados). Com o ego inflado, passou a considerar a si mesmo melhor do que os outros, o mesmo que aconteceu com os discípulos ao caminho de Carfanaum quando discutiam quem seria o maior no suposto reino terrestre que Cristo construiria (Marcos 9:31-34).

O maior erro das pessoas que, assim com P., consideram a si mesmos melhores do que outros, é não reconhecer Quem é o Dono de tudo o que possuem. Não reconhecer a fonte de nossos bens, sejam materiais, intelectuais, ou mesmo espirituais, torna-nos prepotentes em achar que os méritos de nossas conquistas devem ser atribuídos a mais ninguém senão a nós mesmos. 

“O temor do Senhor é a chave da sabedoria, e o conhecimento do Santo é a verdadeira compreensão da vida” (Provérbios 9:10, Bíblia Viva).

“O mundo tem tido seus grandes ensinadores, homens de poderoso intelecto e vasto poder investigativo, homens cujas palavras têm estimulado o pensamento e revelado extensos campos ao saber; tais homens têm sido honrados como guias e benfeitores do gênero humano; há, porém, Alguém que Se acha acima deles. Podemos delinear a série de ensinadores do mundo, no passado, até ao ponto a que atingem os registros da História; a Luz, porém, existiu antes deles. Assim como a Lua e as estrelas do nosso sistema planetário resplandecem pela luz refletida do Sol, assim também os grandes pensadores do mundo, tanto quanto são verdadeiros os seus ensinos, refletem os raios do Sol da Justiça. Cada raio de pensamento, cada lampejo do intelecto, procede da Luz do mundo” (Educação, p.13).

“Não sejam egoístas; não vivam para causar boa impressão aos outros. Sejam humildes, pensando dos outros como sendo melhores do que vocês mesmos” (Filipenses 2:3).

Atribuindo os méritos a nós mesmos, além de demonstrarmos querer tomar o lugar e a honra que são devidos a Deus somente, colocamos nosso próximo em um lugar inferior, ou seja, ao passo que deveríamos servir somos servidos e isso vai de encontro ao ensino bíblico. O conselho do próprio Cristo, ao qual professamos seguir e servir, nos diz que, ao contrário, se queremos ser grandes devemos nos fazer pequenos, se queremos liderar que, antes, sejamos servos. 

“Como vocês sabem, os reis e os homens importantes da terra dominam sobre o povo. Porém entre vocês é diferente. Todo aquele que quiser ser importante deve ser o servo. Todo aquele que quiser ser o primeiro, deve ser escravo de todos. Porque até o Filho do Homem não está aqui para ser servido, mas para servir aos outros e dar a sua vida a fim de salvar a muitos” (Marcos 10:42-45, Bíblia Viva).

Portanto, quanto maior a luz, o conhecimento e os privilégios que recebemos, tanto maior será nossa responsabilidade em relação ao crescimento e desenvolvimento pessoal, profissional e espiritual de cada indivíduo deste planeta.

“Em 20 de novembro de 1885, enquanto me achava em oração, o Espírito do Senhor veio súbita e poderosamente sobre mim, e fui arrebatada em visão.

Vi que o Espírito do Senhor tem estado a extinguir-se da igreja. Os servos de Deus têm confiado demasiado na força do argumento, e não têm mantido em Deus aquela firme confiança que deveriam ter. Vi que a mera discussão sobre a verdade não levará as almas a decidir colocar-se ao lado dos remanescentes; pois a verdade é impopular. Os servos de Deus devem ter a verdade na alma. Disse o anjo:

‘Eles a devem receber com o calor da glória, levá-la no próprio seio, e derramá-la com calor e zelo de alma para os que a ouvem’.

Uns poucos, que são conscienciosos, estão prontos a decidir segundo o peso da evidência; mas é impossível mover a muitos por meio de uma simples teoria da verdade. Preciso é que ela seja acompanhada de poder, um testemunho vivo a impulsioná-los.

Vi que o inimigo está ocupado em destruir almas. A exaltação tem penetrado nas fileiras; importa que haja mais humildade. Há demasiada condescendência com a independência de espírito entre os mensageiros. Isto tem que ser posto de lado, e cumpre que os servos de Deus se unam mais uns aos outros. Tem havido muito do espírito que indaga: 

‘Será que sou responsável pelo meu irmão?’ Gênesis 4:9, Bíblia Viva. 

Disse o anjo: 

‘Sim, tu és o responsável pelo teu irmão. Deves ter por teu irmão vigilante cuidado, estar interessado em seu bem-estar, e nutrir para com ele um bom e amável espírito. Avançai, juntos, avançai juntos’.

É desígnio de Deus que os homens tenham o coração aberto e sincero, sem presunção, manso e humilde, com simplicidade

Esse é o princípio do Céu; assim o ordenou Deus. Mas o homem frágil, e pobre, buscou algo diferente - seguir seu próprio caminho, e atender cuidadosamente a seu próprio interesse” (Testemunhos Seletos, Volume 1, p. 29 e 30).


“Em todos os séculos se tem exigido dos seguidores de Cristo vigilância e fidelidade; agora, porém, que nos achamos mesmo nos umbrais do mundo eterno, possuindo as verdades que possuímos, tendo uma tão grande luz, uma obra tão importante, temos de redobrar nossa diligência. Cumpre a cada um fazer exatamente o máximo que lhe seja possível. Meu irmão, pões em perigo tua própria salvação, se te deténs agora. Deus te pedirá contas se deixares de fazer a obra que te designou” (Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 161 e 162).



“Foi confirmado tudo quanto declarei em Mineápolis: que precisava haver uma reforma nas igrejas. Deviam ser efetuadas reformas, pois a debilidade e a cegueira espirituais se apossaram das pessoas que tinham sido agraciadas com grande luz e preciosas oportunidades e privilégios. Como reformadores, elas haviam saído das igrejas denominacionais, mas desempenham agora uma parte semelhante à que desempenharam as igrejas. Tínhamos a esperança de que não haveria necessidade de outra saída. Embora nos esforcemos por ‘preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz’, não deixaremos, pela pena e pela voz, de protestar contra o fanatismo” — (The Ellen G. White 1888 Materials, 356-357). 



“Cristo diz o seguinte daqueles que se ufanam de sua luz mas não andam nela: ‘Por isso Eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós outros. E tu, Cafarnaum [adventistas do sétimo dia que tiveram grande luz], que te ergues até aos céus [com referência a privilégios], serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje’” (The Review and Herald, 1 de Agosto de 1893).



Comumente, ao lermos determinados trechos dos Testemunhos, ficamos com a impressão de que Ellen White escreveu para os nossos dias como se ainda vivesse. Isso se dá pelo fato de que muitas vezes o profeta a quem Deus chama não escreve para sua própria época, mas para uma época futura. Temos muitos exemplos assim nos escritos canônicos, com a profetiza destes últimos dias não seria diferente. Tenho ainda a impressão de que a própria profetisa não compreendeu em sua totalidade o significado das coisas que escreveu, mas nós conseguimos compreender com assombrosa clareza, pois vivemos nos dias apontados pela profecia. Portanto, mesmo com uma distância de cerca de 175 anos, os escritos, especialmente as advertências do Espírito da Profecia, são um reflexo do que vemos em nossas igrejas, reflexo tão fiel a ponto de ser assustador. 



E para exemplificar o quanto é assustador, vou relatar ao leitor algo que deixou toda a comunidade adventista e, quiçá, cristã de um modo geral (e pode ter tomado proporções tão desastrosas que só saberemos na eternidade) há cerca de um ano atrás. 

Pablo Ferrari, membro ativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, incomodou-se com os erros e pecados públicos testemunhados dentro da obra adventista. Na tentativa de levar os líderes adventistas a tomar uma posição diante desse quadro apóstata, passou a ir às igrejas com a câmera do celular ligada, abordando membros e pastores a respeito das questões controversas que estavam ocorrendo naquela ocasião, ou seja, que nitidamente infringiam o Manual Oficial da Igreja dos Adventistas do Sétimo Dia.

Até aí parece não haver nada demais, porém o problema é que a iniciativa não foi recebida como o esperado. Pablo passou a ficar conhecido dentro do meio adventista como um “perturbador da paz”; dentro e, porque não dizer, fora das igrejas. Membros de um modo geral foram avisados para ficar de sobreaviso caso ele aparecesse para participar do culto. Infelizmente, a situação saiu do controle e por causa desse “sobreaviso” membros e líderes eclesiásticos da igreja ficaram tomados de cólera agindo, inclusive, com agressividade verbal e física. O caso se tornou público através de vídeos publicados na plataforma conhecida como Youtube.

É muito importante que fique claro para o estimado leitor que meu objetivo não é defender as atitudes de nenhuma das partes, não vou me posicionar nesse sentido, minha intenção é deixar claro que estamos vivendo um quadro de apostasia que, se continuar do jeito que está, correremos um sério risco de vermos o Espírito Santo ser derramado com poder bem diante do nosso nariz, porém, por consequência da cegueira espiritual, não discerniremos Sua atuação.

De acordo com os vídeos exibidos no Youtube, Pablo entrava nas igrejas com seu celular na modalidade selfie a fim de filmar as heresias que existiam dentro das igrejas, e como bônus ainda colhia provas de palavras de baixo calão, puxões na camisa e, às vezes, uns tapas aqui e outros ali, tudo para endossar sua tese de que a dita “igreja remanescente que guarda os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” passou para a fileiras de Babilônia.

Em sua defesa, a Igreja Adventista do Sétimo Dia alegou que Pablo Ferrari é um indivíduo com sérios problemas mentais e que seu único propósito era entrar nas igrejas para “perturbar a paz” durante o culto. E mais, segundo a IASD, as imagens compartilhadas no canal do Pablo com “supostas provas de agressões” foram manipuladas pelo mesmo com o objetivo de difamar a instituição e que, na verdade, não houve nenhuma agressão ou insulto à sua pessoa.

Cada lado procura sua própria defesa, entretanto, como diz um velho ditado popular “uma imagem vale mais que mil palavras” e os vídeos realmente são muito comprometedores. Se julgarmos por aquilo que constam nos vídeos, chegaremos a conclusão de que, de fato, Pablo fora agredido, não só verbal como fisicamente, quer em grande ou pequeno grau, e, infelizmente, membros leigos e, lastimavelmente, pastores (os quais, de forma ultrajante, julgam-se representantes de Cristo nesta Terra) estiveram envolvidos neste infeliz acontecimento.

Diante do ocorrido, a posição da IASD deveria ter sido imediata: não importa quem está certo ou errado, agressão, principalmente física, não admite desculpas ou justificativas, deve ser imediatamente disciplinada, porém há uma erva daninha crescendo e tomando o lugar da prescrição bíblica contra o pecado, e esta se chama “dois pesos, duas medidas”, ou seja, membros agraciados pelo favor da instituição possuem uma pecaminosa “carta de imunidade” que os faz ilesos a qualquer tipo de ação enérgica no sentido de disciplinar o pecado.

Publicação Sugerida: A Verdadeira Eficácia da Disciplina

Voltando à história citada do monitor P., de igual modo a IASD não aceita ser questionada. O pecado de ambos se concentra na mesma raiz que levou Satanás e seus anjos a serem expulsos do Céu, o orgulho. À semelhança de P., esta instituição consegue habilidosamente orquestrar de maneira inteligente seus argumentos a fim de usá-los para benefício próprio e, assim, convencer toda membresia adventista de que, realmente, diante de uma atitude como a de Pablo não havia outro caminho senão a agressão. Essa defesa é usada como meio para justificar o fato de não ter disciplinado seus membros agressores impunes diante de sua injustiça, pintando um retrato demoníaco de Pablo Ferrari (deixando claro que com este argumento não estou endossando as atitudes e posicionamento de Pablo Ferrari).

Nem sempre a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi assim. Deus jamais dá ao Seu povo ferramentas para que incorram em pecado, ao contrário, os prova para que tenham a chance de demonstrarem-se fiéis. Infelizmente, à semelhança do povo judeu, os adventistas falharam no teste, e hoje a luz e privilégios que receberam como grande bênção para si e para o mundo, se transformou em maldição e pedra de tropeço unicamente porque não aprenderam a reconhecer o Autor de sua bênção. É notória sua autossuficiência em todos os ramos da instituição. Podemos observar egos inflados na sonoridade das músicas e dos programas da TV Novo Tempo, no serviço de suas instituições de ensino e saúde. Quando são questionados a respeito de seu incoerente procedimento, são ousados ao dizer que essas críticas são nada mais nem nada menos que falácias instigadas por Satanás.

“No dia do Juízo muitos me dirão: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos a seu respeito, e usamos o seu nome para expulsar demônios e para fazer muitos milagres?’ Mas eu responderei: ‘Vocês nunca foram meus. Vão embora, porque as suas obras são más’” (Mateus 7:22,23, Bíblia Viva).

Percebam o seguinte quadro:





Se o caro leitor observar atentamente ao contexto das imagens acima, perceberá que algo semelhante do que aconteceu ao citado Pablo Ferrari, se repete no diálogo acima. Vemos claramente que, de uma maneira geral, os adventistas (e sim, estou generalizando), além de ter uma imensa dificuldade em lidar com críticas que apontem seus erros/defeitos, não conseguem, devido a sua cegueira espiritual, notar e confessar sua condição decaída. Se repete vez após vez ao vermos irmãos sinceros repreendendo e fazendo conforme o conselho inspirado, chamando o pecado pelo nome, e no lugar de vermos um espírito de gratidão e humildade, vemos orgulho, prepotência e autossuficiência. Como diz o texto inspirado: 

“Por isso, não repreenda o zombador, para que ele não te odeie; repreenda o sábio e ele o amará! Ensine a pessoa sábia, e ela será ainda mais sábia. Ensine o justo, e ele crescerá em entendimento” (Provérbios 9:8,9).

Novamente, endosso o fato de que não estou aqui para acusar ninguém, mas para mostrar que existe um quadro de apostasia generalizada dentro do meio adventista. Hoje sabemos que devido às marcas desta apostasia, o adventismo se fragmentou. Com este artigo não venho aqui repreender uma única classe de adventistas, mas toda ela. Não importa a qual classe de adventista você pertence, se você guarda os mandamentos de Deus e confessa ter a fé Jesus, essa mensagem é para você.

Deus abençoe a todos!

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